Cantora
Nasceu na Rua Ceará nº 5, na Estação de São Francisco Xavier, próxima ao
morro de Mangueira. Seu pai, Jaime Moreira Cardoso, era seresteiro e
tocava violão. Sua mãe, Maria José Pilar, gostava de cantar. A família
em geral, principalmente seu Tio Pedro, participava da vida musical da
cidade, freqüentando as sociedades dançantes da época, convivendo com
grandes músicos em reuniões na casa de Tia Ciata. De uma família de 6
irmãos, além dela, Jaimira, Enedina, Nininha, Diva e Antônio, costumava
organizar teatrinhos para a criançada, onde podia cantar o repertório de
Vicente Celestino. Nessa época, morou no bairro carioca de Jacarepaguá.
Ainda menina, costumava freqüentar a famosa casa de Tia Ciata.
Com apenas 5 anos, subiu no palco da antológica Sociedade Familiar Dançante Kananga do Japão e pediu para o pianista acompanhá-la na marchinha "Zizinha". Em 1930, aos dez anos, começou a trabalhar para ajudar a família. Foi balconista, peleteira, saponeteira e cabeleireira. No aniversário de seus 16 anos, a família se reuniu na casa de uma tia da adolescente, a Tia Ivone. Nessa época, sua família morava numa casa de cômodos na Rua do rezende 87, no centro do Rio, onde morava a tia Ivone com seu marido. Para a festa, foram convidados vários amigos músicos: Pixinguinha, Dilermando Reis, Jacob do Bandolim, na época com apenas 18 anos, entre outros. Tio Pedro, o marido de Ivone falou então para Jacob: "Olha aí, Jacob, a minha sobrinha aí, a Elizeth, sabe cantar algumas coisas. Que tal vocês ouvirem e organizarem um acompanhamento para ela?" Meio sem graça, a jovem Elizeth encantou a todos com sua voz. Jacob então a convidou para um teste na Rádio Guanabara, que foi o trampolim para sua carreira.
Declarada namoradeira, em depoimento ao MIS, contou suas proezas amorosas. Mesmo tendo a vigilância constante de Seu Jaime, pai extremamente zeloso com a honra de sua filha, namorou muito, mesmo contra a sua vontade, inclusive o famoso craque de futebol Leônidas da Silva. Por volta de 1938, adotou uma menina, Tereza Carmela, a quem criou como filha por toda a vida. Em 1939, casou-se com Ari Valdez, o Tatuzinho, comediante e músico cavaquinista, com quem teve seu único filho legítimo, Paulo César Valdez. O casamento durou pouco, pois Tatuzinho, segundo ela própria, tinha problemas mentais. Era uma ótima pessoa, mas tinha "um parafuso a menos", segundo o amigo e violonista Luís Bittencourt.
Entre seus grandes romances destacam-se os nomes do maestro Dedé, Evaldo Rui e Paulo Rosa. Costumava fazer suas viagens de trem, pois tinha medo de avião. Frequentadora assídua do Bola Preta, chegou a ser, por vários anos, madrinha do famoso clube carnavalesco do centro da cidade do Rio.
Em 1954, sofreu duro golpe: Evaldo Rui suicidou-se. A imprensa explorou o envolvimento amoroso dela com o compositor, apesar dos familiares de Evaldo insistirem que ela nada teve a ver com o fim inusitado do namorado. No final de 1954, sofreu intervenção cirúrgica, por causa de uma crise de apendicite aguda. Em 1966, viveu uma polêmica com o cantor Cyro Monteiro, que, depois de gravar um LP a seu lado, programou alguns shows que ela não aceitou, por causa dos baixos cachês. O cantor ficou mais magoado quando, na capa do LP, viu que sua foto era menor que a dela. Esse incidente ainda atiçou a rivalidade entre ela e Elis, iniciada com sua participação no programa Bossaudade da Record. Elis acabou recebendo um carão da cantora, quando interveio em favor de Cyro Monteiro: "Se você não quer me respeitar como cantora, não precisa respeitar. Mas exijo que me respeite como mulher. Tenho idade para ser sua mãe."
Em 1969, por causa do sepultamento de sua mãe, não pode receber das mãos do então governador Negrão de Lima, o prêmio Estácio de Sá, em cerimônia na Sala Cecília Meirelles. Recebeu a estatueta oito dias depois, num jantar supervisionado pelo diretor R. C. Albin e promovido pelo MIS em uma churrascaria carioca. Nessa ocasião, foi dado o seu nome ao estúdio do MIS, onde se gravavam os depoimentos para a posteridade. Em 1987, quando estava em uma excursão no Japão, os médicos japoneses diagnosticaram um câncer no estômago, que obrigou a cantora a uma cirurgia. Apesar disso, a doença ainda a acompanharia durante os três últimos anos de vida. A cantora faleceu às 12h28 do dia 7 de maio de 1990, na Clínica Bambina, no bairro carioca de Botafogo. Foi velada no Teatro João Caetano, onde compareceram milhares de fãs. Foi sepultada, ao som de um surdo portelense, no Cemitério da Ordem do Carmo, no bairro carioca do Caju.
Com apenas 5 anos, subiu no palco da antológica Sociedade Familiar Dançante Kananga do Japão e pediu para o pianista acompanhá-la na marchinha "Zizinha". Em 1930, aos dez anos, começou a trabalhar para ajudar a família. Foi balconista, peleteira, saponeteira e cabeleireira. No aniversário de seus 16 anos, a família se reuniu na casa de uma tia da adolescente, a Tia Ivone. Nessa época, sua família morava numa casa de cômodos na Rua do rezende 87, no centro do Rio, onde morava a tia Ivone com seu marido. Para a festa, foram convidados vários amigos músicos: Pixinguinha, Dilermando Reis, Jacob do Bandolim, na época com apenas 18 anos, entre outros. Tio Pedro, o marido de Ivone falou então para Jacob: "Olha aí, Jacob, a minha sobrinha aí, a Elizeth, sabe cantar algumas coisas. Que tal vocês ouvirem e organizarem um acompanhamento para ela?" Meio sem graça, a jovem Elizeth encantou a todos com sua voz. Jacob então a convidou para um teste na Rádio Guanabara, que foi o trampolim para sua carreira.
Declarada namoradeira, em depoimento ao MIS, contou suas proezas amorosas. Mesmo tendo a vigilância constante de Seu Jaime, pai extremamente zeloso com a honra de sua filha, namorou muito, mesmo contra a sua vontade, inclusive o famoso craque de futebol Leônidas da Silva. Por volta de 1938, adotou uma menina, Tereza Carmela, a quem criou como filha por toda a vida. Em 1939, casou-se com Ari Valdez, o Tatuzinho, comediante e músico cavaquinista, com quem teve seu único filho legítimo, Paulo César Valdez. O casamento durou pouco, pois Tatuzinho, segundo ela própria, tinha problemas mentais. Era uma ótima pessoa, mas tinha "um parafuso a menos", segundo o amigo e violonista Luís Bittencourt.
Entre seus grandes romances destacam-se os nomes do maestro Dedé, Evaldo Rui e Paulo Rosa. Costumava fazer suas viagens de trem, pois tinha medo de avião. Frequentadora assídua do Bola Preta, chegou a ser, por vários anos, madrinha do famoso clube carnavalesco do centro da cidade do Rio.
Em 1954, sofreu duro golpe: Evaldo Rui suicidou-se. A imprensa explorou o envolvimento amoroso dela com o compositor, apesar dos familiares de Evaldo insistirem que ela nada teve a ver com o fim inusitado do namorado. No final de 1954, sofreu intervenção cirúrgica, por causa de uma crise de apendicite aguda. Em 1966, viveu uma polêmica com o cantor Cyro Monteiro, que, depois de gravar um LP a seu lado, programou alguns shows que ela não aceitou, por causa dos baixos cachês. O cantor ficou mais magoado quando, na capa do LP, viu que sua foto era menor que a dela. Esse incidente ainda atiçou a rivalidade entre ela e Elis, iniciada com sua participação no programa Bossaudade da Record. Elis acabou recebendo um carão da cantora, quando interveio em favor de Cyro Monteiro: "Se você não quer me respeitar como cantora, não precisa respeitar. Mas exijo que me respeite como mulher. Tenho idade para ser sua mãe."
Em 1969, por causa do sepultamento de sua mãe, não pode receber das mãos do então governador Negrão de Lima, o prêmio Estácio de Sá, em cerimônia na Sala Cecília Meirelles. Recebeu a estatueta oito dias depois, num jantar supervisionado pelo diretor R. C. Albin e promovido pelo MIS em uma churrascaria carioca. Nessa ocasião, foi dado o seu nome ao estúdio do MIS, onde se gravavam os depoimentos para a posteridade. Em 1987, quando estava em uma excursão no Japão, os médicos japoneses diagnosticaram um câncer no estômago, que obrigou a cantora a uma cirurgia. Apesar disso, a doença ainda a acompanharia durante os três últimos anos de vida. A cantora faleceu às 12h28 do dia 7 de maio de 1990, na Clínica Bambina, no bairro carioca de Botafogo. Foi velada no Teatro João Caetano, onde compareceram milhares de fãs. Foi sepultada, ao som de um surdo portelense, no Cemitério da Ordem do Carmo, no bairro carioca do Caju.
Fonte: DicionarioMpb
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