Cantor
Jorge Duílio Lima Meneses nasceu no Rio de Janeiro RJ em
22 de Março de 1942. Filho de Augusto Meneses, estivador, feirante, pandeirista do bloco
carioca Cometas do Bispo, cantor e compositor carnavalesco, e de Silvia Saint Ben Lima,
etíope, morava numa favela da Rua do Bispo, no bairro de Rio Comprido. Aos 13 anos ganhou
um pandeiro e começou a tocar num regional; aos 15, cantava no coro da igreja do Colégio
Diocesano São José, onde fez o ginásio. Gostava muito de jogar futebol e chegou,
inclusive, a integrar a equipe infanto-juvenil do Flamengo. Aos 18 anos, quando servia o
Exército, a mãe lhe deu um violão e um método para principiantes.
Tocando e cantando bossa nova, rock e twist, costumava
apresentar-se em festinhas de amigos. Por 1961, o contrabaixista do Copa Trio, Manuel
Gusmão, convidou-o para ensaiar com seu conjunto. Nessa época, Zé Maria, organista e
líder de conjunto que se apresentava no Beco das Garrafas, descobriu-o e levou-o como
pandeirista para se apresentar no Little Club, e, logo depois, no Bottle’s, tocando
violão e cantando suas musicas. Ainda por volta de 1961, atuou como cantor de rock
na boate Plaza, em Copacabana. Em 1963 voltou ao Bottle’s, acompanhado pelo Copa
Cinco (Meireles no sax, Pedro Paulo no trompete, Toninho no piano, Dom Um na bateria e
Manuel Gusmão no baixo) e Zé Maria colocou duas musicas suas – Mas, que nada e
Por causa de você –, no LP Tudo azul, de cuja gravação o compositor
participou como ritmista e como cantor do coro. No dia seguinte foi contratado pela
Philips e lançou o primeiro 78 rpm, com essas musicas, acompanhado pelo Copa Cinco,
obtendo grande êxito. Também desse ano e o primeiro LP, Samba esquema novo,
também de grande sucesso, e o segundo, Sacudin Ben samba.
Em 1964 sua composição Chove chuva foi gravada ao vivo, no Teatro
Paramount, e incluída no terceiro LP, Ben é samba bom. No ano seguinte, a convite
do Ministério das Relações Exteriores, foi aos EUA, onde, durante três meses, se
apresentou em universidades e clubes. De volta ao Brasil, encontrou dificuldades em se
situar no panorama musical brasileiro, dividido entre o iê-iê-iê da Jovem Guarda e os
sambas e marchas carregados de conteúdo social. Essa situação, agravada pelo relativo
fracasso de seus dois últimos LPs, provocou incidentes embaraçosos: depois de ensaiar
para o programa da TV Record O Fino da Bossa, foi excluído pouco antes de entrar no
palco, por ter se apresentado, no dia anterior, a convite de Roberto Carlos, no programa
Jovem Guarda da mesma emissora, cantando Agora ninguém chora mais, bem recebida
pelo publico do auditório.
Enquanto Mas, que nada e Chove chuva chegavam as paradas de
sucesso, nos EUA, lançados por Sérgio Mendes, e, em seguida, suas músicas Zazueira
e Nena naná eram gravadas, respectivamente, por Herp
Albert e José Feliciano, sua carreira atravessava momento
difícil: os três compactos seguintes, lançados pela Mocambo, foram recebidos com frieza
pelo público e pela crítica.
Um dos responsáveis pela fixação do funk na cultura carioca e pela
injeção da soul music no samba, gravou em 1967 o LP O Bidu – Silêncios no
Brooklin, que incluía maracatus misturados ao rock’n roll. Somente no final de 1968
suas composições reencontraram o caminho do sucesso, depois de apresentação como
convidado no programa Divino Maravilhoso, de Caetano Veloso e Gilberto Gil, na TV Tupi.
Nos primeiros meses de 1969 teve êxito com Cadê Teresa,
Que pena, Que maravilha (com Toquinho), Minha menina, Domingas,
País tropical. No mesmo ano participou do IV FIC, da TV Globo, no Rio de Janeiro,
com Charles, anjo 45 e, em 1970, apresentou Eu também quero mocotó, no V
FIC, interpretada pelo maestro Erlon Chaves, a Banda Veneno e o Trio Mocotó. Ainda nesse
ano sua musica Domingas foi muito aplaudida no MIDEM, em Cannes, França. Em 1972
fez temporadas na Itália, Portugal e Japão, onde chegou a gravar um LP ao vivo.
Participou em 1972 do VII FIC, com a musica Fio Maravilha, classificada em primeiro
lugar na interpretação de Maria Alcina. Em 1974 lançou dois LPs bem sucedidos: Jorge
Ben – dez anos depois e Os alquimistas estão chegando. No ano seguinte
gravou, com Gilberto Gil, um álbum duplo intitulado Gil-Jorge, e realizou
apresentação única no Teatro Sistina, em Roma, Itália, gravada ao vivo pela televisão
italiana. Nos anos de 1980, popularizou-se no exterior.
Em 1989 lançou o LP Alô, alô, como vai?, pela Som Livre, que
alem da canção-título inclui Cae, cae, Caetano, Lady Benedicta e A
cegonha me deixou em Madureira. Em 1989, por problemas de direitos autorais, alterou
seu sobrenome para Jorge Ben Jor. Em 1990 lançou W Brasil e, em 1991, Jorge Ben
Jor ao vivo no Rio. Em 1995 lançou o CD World dance, pela WEA, com os sucessos
Pisada de elefante, W/ Brasil e Alcohol, todas de sua autoria. No
mesmo ano, foi contratado pela Sony e lançou Homo Sapiens, que inclui o sucesso Gostosa,
além de Rabo preso e da musica em espanhol Maria Luísa. Em novembro de
1997, lançou o CD Musicas para tocar em elevador (Sony), com participações de
Carlinhos Brown, Paralamas do Sucesso e Fernanda Abreu, entre outros artistas.
Fonte: MpbNet
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